sexta-feira, 15 de abril de 2016

Para ti

Chegaste à minha vida num abril, num acaso de amigos comuns.Acasos que mudam as nossas vidas para sempre. Esse abril foi trazendo a tua presença à mesa do café, a uma saída com amigos noite fora que nos deixou um com o outro por companhia no final da noite quando, por morares perto, me acompanhaste até ao carro. Falámos de nós, das nossas vidas, do amor incondicional pelos nossos filhos. Eu pelos meus. Tu pelo teu. Tanto em comum, mas tão pouco preparados um para o outro. Eu  muro e tu fragilidade. Eu ferida sarada, mas de cicatriz profunda, tu ferida aberta e dor. Dei-te a mão e a amizade, tornámo-nos presença constante e necessária na vida um do outro, partilhámos gargalhadas, mas também mãos cheias de lágrimas. Partilhámos as origens, os medos, histórias e receios. Partilhámos sonhos e inseguranças. Partilhámos tudo e deixámo-nos sem mistério, criando inseguranças e pontos de interrogação numa relação que era preciso cuidar: a nossa! O amor não era assim, dizia eu. O amor era magia. Estrelas e borboletas. Não era conhecermo-nos tanto que nos lemos o pensamento, nos adivinhamos. O amor não era estares sempre ao meu lado e regressares de todas as vezes em que eu achava que te devias ir embora. O amor não era pegares nos meus filhos para os levares a jantar quando uma enxaqueca me fecha no quarto contorcida pela dor. O amor não era a tua mão na minha todas as noites enquanto nos aconchegamos no sofá depois das crianças dormirem e dois minutos depois eu adormeço no teu ombro vencida pelo cansaço. O amor não era o teu telefonema ainda ensonado quando acordas depois de teres trabalhado toda a noite. O amor não era o bolo acabadinho de fazer que nos deixaste antes de ires trabalhar. O amor não era passares as tuas folgas a pintar aquela mesa que eu meti na cabeça que queria que deixasse de ser castanha para se tornar branca. O amor não era estares todo o teu tempo livre comigo e ajudares-me em tudo o que podes. O amor não era quereres construir uma família comigo. O amor não era os abraços que o meu filho te dá nem as brincadeiras com a minha filha. O amor era a magia que eu inventei quando tu, afinal, fazes magia na minha vida todos os dias!

"Hoje nos lembramos sem nenhuma tristeza dos foras que a vida nos deu, ela com certeza estava juntando você e eu"


6 comentários:

  1. Uma muito bonita homenagem ao a(A)mor!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O amor merece sempre uma homenagem bonita, Alice!
      Beijinho! :-)

      Eliminar
  2. Respostas
    1. Estou de volta, minha Maria! Também tinha saudades. Muitas. :-)

      Eliminar
  3. Que bom.
    O amor tem muitas formas

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Mesmo. Às vezes nós é que nos esquecemos de parar para perceber isso! Beijinho!

      Eliminar